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Oxalá

Oxalá é um Orixá masculino bastante cultuado e reverenciado no Brasil, sendo considerado o Orixá mais importante do panteão africano. 

História de Oxalá

Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando os negros vieram para o Brasil, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, outra forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é Oxalá.

Na África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Fun Fun. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Oxalufã, valho e sábio, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Oxaguiã, jovem e guerreiro, o comedor de inhame e rei de Egigbó, se tornaram as suas expressões mais conhecidas.

A lenda

Uma lenda conta que Oxalá foi encarregado por Olodumaré de criar o mundo com o poder de sugerir e o de realizar. Para cumprir sua missão, antes da partida, Olodumaré entregou-lhe o “saco da criação”. O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto, de submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações como os outros orixás.

Uma história de Ifa nos conta como, em razão de seu caráter altivo, ele se recusou a fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exu, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo.

"Oxalá pôs-se a caminho apoiado em um grande cajado de estanho, seu opáxorò ou paxorô, o cajado para fazer cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do Além, encontrou Exu, que entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos. Exu, descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se fazendo-o sentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso senão o de furar, com o seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido refrescante dele escorreu: era o vinho de palma. Ele bebeu-o ávido e abundantemente. Ficou bêbado, não sabia mais onde estava e caiu adormecido. Veio então Odùduà, criado por Olodumaré depois de Oxalá é o maior rival deste. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe “o saco da criação”, dirigiu-se à presença de Olodumaré para mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olodumaré exclamou: “Se ele está neste estado, vá você, Odùduà! Vá criar o mundo!”. Odùduà saiu assim do Além e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair à substância marrom contida no “saco da criação”. Era terra. Formou-se então um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Aí, ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais. Odùduà aí se estabeleceu, seguido pelos outros orixás, e tornou-se assim o rei da terra.

Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o “saco da criação”. Despeitado, voltou a Olodumaré. Este, com castigo pela sua embriaguez, proibiu ao Grande Orixá, assim como aos outros de sua família, os orixás funfun, ou “orixás brancos”, beber vinho de palma e mesmo de usar azeite de dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida. Por essa razão, Oxalá é também chamado de, o “proprietário da boa argila”. Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia, os homens saíam de suas mãos contrafeitos, deformados, capengas, corcundas, alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram albinos. Todas as pessoas que entravam nessas tristes categorias são-lhe consagradas e tornam-se adoradoras de Orixalá.

É sempre representado com a cor branca. Sendo que o hábito de se vestir de branco na sexta-feira estende-se a todas as pessoas filiadas ao candomblé, mesmo aquelas consagradas a outros orixás, tal é o prestígio de Oxalá.

Seu dia é a sexta-feira e seu símbolo é o opaxoró (um cajado de prata, onde ele se apoia). Na Bahia é sincretizado com o Senhor do Bonfim, devido a um enorme prestígio e por inspirar fervorosa devoção aos habitantes de todas as categorias sociais.

No Xirê (a dança consagrada aos Orixás), Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos.

Oxalá representa o patriarca, o chefe da família e é o símbolo da procriação masculina e seu poder fertilizante.

Orixá calmo, paciente e que abomina a guerra. Ele rege as leis que dizem respeito à boa conduta aos olhos de Deus.

Ele simboliza o pai divino, as regra espirituais. Ele é a ordem pré-estabelecida.

Oxalá forma um par de opostos com Exú, que é o que inicia tudo, e Oxalá o fim. Enquanto Oxalá é um guardião da paz, Exú fomenta disputas e catástrofes. Até no sincretismo católico vemos esse par de opostos: Exú foi associado ao diabo e Oxalá a Jesus.

Mas simbolicamente Oxalá como Orixá criador mantém a ordem e Exu desestabiliza essa ordem de forma a criar uma nova. Ou seja, são dois arquétipos que trabalham juntos.

Oxalá é o movimento de estabilização, de finalização.

Oração a Oxalá

Meu Pai Oxalá, neste dia que começa, venho pedir a paz a alegria e seu grande axé!

Reveste-me com a Vossa Luz e destrua as trevas que atravessarem meus caminhos.

Envolva-me em seu pano branco de paz, em tua Luz, a cada instante de meu dia.

Que Vossa sábia ajuda seja minha companheira durante todo o dia, e ilumine meu dia através de Vossa divina inspiração.

Que eu encontre neste dia, pessoas a quem eu possa confiar e compartilhar Vossa energia de paz, trazendo conforto a quem necessita e que eu possa receber somente as boas emanações da energia das pessoas.

Que eu possa conviver com todos  que me cercarem hoje e com Vossa emanação de paz, todos sintam que minha presença seja amigável. Com Vossa Luz Meu Pai Oxalá, faça com que todos que vejam minhas vitórias, sintam-se também vitoriosos!

Que este dia eu compartilhe com todos a Luz de um Dia de Vitória, pois tenho sofrido injustiças e dores na alma e peço agora a paz e o alívio para o corpo e para o espírito.

Traga sucesso em meus trabalhos para que eu tenha um dia de realizações positivas.

Que assim seja!

Axé Meu Pai Oxalá! Axé Babá!

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